Acredite se quiser....
A semana está chegando ao fim, esse é um bom momento para lançar no cyberespaço meus primeiros textos experimentais. Esse blog será, num primeiro momento, um espaço onde exercitarei o hábito de escrever. Em um segundo momento, o blog será a parte de opinião do meu site pessoal. Tenho fé que o mesmo entrará no ar em breve. Mas não é sobre meu site que esse primeiro texto trata, na verdade o tema que quase passa desapercebido, é fé.
Estava eu lendo um texto "pesadíssimo", do livro Condição Pós-moderna, em certo momento pude notar como a fé é um conceito interessante. Eu lia uma parte onde o autor explicava como Karl Marx definia mercadoria, dinheiro e "fetichismo do objeto" e me lembrei que já havia lido sobre o último em um artigo de design de outro autor o Prof. Rafael C. Dennis. O mais interessante é que eu não me lembro de ter lido sobre o tema no "Capital" do próprio Marx. Aí começa a viagem...
Comecei a abordar a fé de outra maneira, por exemplo; eu sempre li tudo de Socrátes, só que Sócrates era analfabeto. Platão escreveu, em grego clássico, tudo que existe sobre Sócrates e muito do que Platão escreveu se perdeu como para exemplificar, seus trabalhos sobre ciência natural, ou seja, existem algumas obras completas e vários fragmentos que resistiram aos séculos de incêndios, invasões e guerras, porém nada original, praticamente tudo são transcrições de outras línguas, a princípio para o latim e deste para o italiano, francês, alemão, espanhol e inglês. Na idade média as cópias eram feitas por monges, muitas vezes analfabetos. Para chegar aos tempos atuais, depois de 2500 anos, em português imagine por quantas traduções esses textos passaram. Tem que ter muita fé para acreditar que os textos foram totalmente preservados por todos esses séculos.
Começei então, a perceber que acreditar na pesquisa científica também é um ato de fé. Eu não entendo totalmente como funciona o DNA, a teoria da relatividade ou a física quântica, só sei o que li sobre o assunto mas nunca testei nenhuma afirmação ou estudei a fundo essas questões. Simplesmente Mendelson, Einstein e Heisenger apresentaram explicações lógicas que eu aceitei, eu "depositei fé". Essa constatação demonstra como a fé é uma necessidade, temos que ter fé no autor do livro que estamos lendo, nas nossas fontes de informação, nas pessoas com que nos relacionamos em todas as esferas, isso fora todas as outras questões espirituais e religiosas.
A fé é inerente a toda experiência humana. Fazemos coisas que acreditamos, sem saber como funcionam ou se funcionam corretamente. Para se ler sobre um filósofo, o I Ching, um texto sagrado, a coluna do Arnaldo Jabor ou ainda um blog escrito por qualquer idiota é necessário um ato de fé que parte do premissa que estamos lendo um texto com informações verdadeiras, escrito pelo autor citado e reproduzido com fidelidade.
Ou será que não... Acredite se quiser...
Um comentário:
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