sexta-feira, 30 de março de 2007

Banda Zanni

"Por commedia dell’arte entende-se comédia italiana de improviso, que surge em Itália em meados do séc. XVI e se prolonga até ao séc. XVIII .... As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos velhos e a dos criados, também conhecidos por zannis (pelo que este tipo de comédia também é conhecida por commedia dei zanni). Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares. Havia o zanni esperto, que movimentava as acções e a intriga, e o zanni rude e simplório, que animava a acção com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas, que desencadeavam a comicidade..." Fonte Wikipédia

terça-feira, 27 de março de 2007

"Feminista até certo ponto"

"As mulheres não gostam de ser independentes", pronto falei... dane-se. Sei que as mulheres vão falar que eu sou machista, retrogrado, idiota, mas desculpe é a minha opinião.

É sempre assim -"sou independente, sou emancipada, moderna, não preciso de ninguém...", mas quando a porca pia, experimenta não dar suporte para ver o que acontece...O cara vira um estúpido, insensível, que não estava lá quando ela precisou, blá, blá, blá...

Ora bolas, é independente ou não é?

Lógico que as mulheres numa sociedade democrática e moderna tem os mesmos direitos e a mesma capacidade produtiva e intelectual do homem, não é essa a discussão. A discussão é a mulher está confortável com a situação de ter que tomar a frente ou ela está sendo empurrada para essa direção em virtude de organização da nossa sociedade?

Não adianta lutar contra milhões de anos de evolução e milhares de anos de organização social. O macho saía para caçar, pastorear ou plantar e a mulher ficava cuidando da prole, não são alguns anos de emancipação feminina que vão mudar isso radicalmente. Muitas vezes me parece que a opção feminina pela "caçada", muitas vezes vem mais por necessidade que pela sua própria vontade.

O que eu acho chato é que parece cafona quando a mulher opta por ficar algum tempo criando os filhos em detrimento da profissão. Parece que ela está se mutilando quando na verdade se mutilar é a mulher não poder conceber e cuidar com sua prole nos anos iniciais do seu desenvolvimento. Até eu adoraria poder ficar exclusivamente lambendo a cria nos primeiros 2 ou 3 anos, mas provavelmente não teria capacidade para fazer isso sozinho.

Então é isso "abaixo a hipocrisia", mulheres são feitas para terem filhos e criá-los como só elas podem fazer e homens são feitos para ajudá-las, obedece-las, servi-las e tentar não atrapalhar muito.

"Consumo logo Existo"

Cidadania, essa palavra tem sido ouvida repetidas vezes na mídia em geral, porém no Brasil uma pequena parcela da população entende esse conceito. Isso torna o discurso sobre esse tema vazio e o transforma em retórica inútil. A impressão que eu tenho é que o brasileiro não se sente cidadão por que, além de grande parte da população ser excluída da sociedade, o que resta, confunde cidadania com consumo. Vou explicar...

É normal se encontrar uma pessoa de classe media baixa, que ganha até R$ 1500,00 por mês, ter um celular, TV a cabo, DVD, TV de 29 ", ar condicionado, carro, vários cartões de crédito, contas em diversos bancos e não ter casa própria. O cara só se sente cidadão se possuir bens de consumo que indiquem isso, na verdade cidadania não é isso.

Isso eu chamo de "Cidadania pelo consumo", você mora na favela, mas tem celular com camêra, a escola do seu filho é um lixo mas ele vê novela numa TV de 29", se ele precisar de um hospital, vai morrer na fila, mas no seu barraco tem TV a cabo digital....

É... brasileiro é muito malandro mesmo....

segunda-feira, 12 de março de 2007

"Sem memória, não há resistência" Godard

Semana passada, na terça-feira dia 3 de março, fui assistir a um debate que fez parte da exposição que comemora 35 anos do histórico projeto gráfico do anuário do Banco do Brasil de 1972, onde foram utilizadas gravuras de artistas plásticos brasileiros. Essa iniciativa inédita no Brasil e entre as pioneiras no mundo foi muito importante pois demonstrou como design pode contribuir para imagem empresarial. Antes os anuários de bancos eram relatórios áridos, com grandes tabelas contábeis e partir daquele momento eles passaram a ser parte da identidade visual das empresas. O tema do debate foi "Imagem Empresarial e Design" e participaram George Vidor (jornalista e economista), Luciano Deos (arquiteto e diretor-presidente do GAD' Branding & Design) e Alexandre Wollner, (Designer, um dos fundadores da ESDI - RJ).

O debate foi de bom nível, começou com o designer Alexandre Wollner falando sobre sua visão do que é design e apresentando através de casos parte do seu método trabalho, em seguida Luciano Deos fez uma apresentação onde explicou o conceito de "branding"(gestão de marca) que a sua empresa implementa em clientes como Claro, Oi, Esso, Ipiranga e por aí vai. A abordagem do comentarista de economia da Globo news, George Vidor, foi mais pelo viés da ética da convicção no merchandising, onde criticou empresas que impõe sua imagem dentro de matérias jornalisticas como fazem os jogadores de futebol com seus bonés, logo que terminou a explanação retirou-se, tinha outros compromissos e não pôde participar do debate.

Depois dessa longa e monótona introdução posso comentar o que me chamou mais a atenção no debate, o conflito de visão de mundo ou como dizem alguns o conflito de ideologias. Na verdade essa não é a definição correta de ideologia, que deveria ser sempre um conjunto de ideias da elite e dos proprietários de meios de produção. Mas como esta definição é pouco utilizada, vamos no popular, qualquer um pode ter sua própria ideologia, sua visão de mundo.

Imaginem um designer funcionalista que entende que o universo se explica pela sequência de Fibonacci (1,2,3,5,8,13,etc...), que nada pode ser efêmero e que o mundo deve ser organizado, regulamentado e sistematizado dentro de um processo modular debatendo com um marqueteiro, só podia dar no que deu, comédia total. Para piorar o público na sua maioria era formado por alunos e professores de design, ou seja, eram do meio acadêmico. É incrível a dificuldade que os profissionais de comunicação tem de se comunicar entre si, isso só pode ser explicado através do conflito ideológico. Quase todas as perguntas foram superficiais e as resposta serviam mais ao discurso do palestrante do que ao aprofundamento em questões relevantes.

Lógico que o nível dos participantes era altíssimo, Wollner é um dos 5 mais importantes designers da história do Brasil, o Luciano Deos é diretor de uns dos maiores escritórios de Design do Brasil com mais de 20 anos de mercado, o coordenador do debate João de Souza Leite, professor da ESDI e grande historiador do design brasileiro e a platéia tinha vários professores da ESDI e da PUC como, Rodolfo Capeto, Lauro Cavalcanti, Alberto Cipiunik, André Stolarski, etc. Mas é incrível como esse tipo de debate sempre recai nos mesmo problemas; discussão de termos tipo "defina","o que é?", "para que serve?" ou "quem inventou?", com isso a discussão não anda.Ainda pior quando algum aluno pergunta sobre formulas mágicas,"O que o sr. acha que falta para o Brasil ser uma potência" ou "Qual a solução para a situação do Design no Brasil?".

Acho que muitas respostas devem ser tiradas da história, quem estuda um pouco de história consegue entender as bases que formam a sua própria "ideologia". Isso coloca a mostra nossa parca condição humana, somos fruto de um sistema complexo de forças que resultam na nossa identidade, mas somos minúsculos diante deste sistema. O funcionalismo é descendente direto do pensamento iluminista, da revolução industrial e do ideal cartesiano, a visão pragmática, neo-liberal e materialista do marketing e o nosso sistema acadêmico também o são. Toda nossa sociedade ocidental tem a mesma origem de pensamento, porém esse pensamento tem várias facetas e essas facetas de contradizem em dados momentos. Somos uma nação sem identidade própria, isso agrava a situação, por isso é importante uma visão geral e uma "memória" viva, para podermos nos comunicar de maneira eficiente e "resistir" a nossa condição.

é isso...falei demais...rs

domingo, 4 de março de 2007

Acredite se quiser....

A semana está chegando ao fim, esse é um bom momento para lançar no cyberespaço meus primeiros textos experimentais. Esse blog será, num primeiro momento, um espaço onde exercitarei o hábito de escrever. Em um segundo momento, o blog será a parte de opinião do meu site pessoal. Tenho fé que o mesmo entrará no ar em breve. Mas não é sobre meu site que esse primeiro texto trata, na verdade o tema que quase passa desapercebido, é fé.

Estava eu lendo um texto "pesadíssimo", do livro Condição Pós-moderna, em certo momento pude notar como a fé é um conceito interessante. Eu lia uma parte onde o autor explicava como Karl Marx definia mercadoria, dinheiro e "fetichismo do objeto" e me lembrei que já havia lido sobre o último em um artigo de design de outro autor o Prof. Rafael C. Dennis. O mais interessante é que eu não me lembro de ter lido sobre o tema no "Capital" do próprio Marx. Aí começa a viagem...

Comecei a abordar a fé de outra maneira, por exemplo; eu sempre li tudo de Socrátes, só que Sócrates era analfabeto. Platão escreveu, em grego clássico, tudo que existe sobre Sócrates e muito do que Platão escreveu se perdeu como para exemplificar, seus trabalhos sobre ciência natural, ou seja, existem algumas obras completas e vários fragmentos que resistiram aos séculos de incêndios, invasões e guerras, porém nada original, praticamente tudo são transcrições de outras línguas, a princípio para o latim e deste para o italiano, francês, alemão, espanhol e inglês. Na idade média as cópias eram feitas por monges, muitas vezes analfabetos. Para chegar aos tempos atuais, depois de 2500 anos, em português imagine por quantas traduções esses textos passaram. Tem que ter muita fé para acreditar que os textos foram totalmente preservados por todos esses séculos.

Começei então, a perceber que acreditar na pesquisa científica também é um ato de fé. Eu não entendo totalmente como funciona o DNA, a teoria da relatividade ou a física quântica, só sei o que li sobre o assunto mas nunca testei nenhuma afirmação ou estudei a fundo essas questões. Simplesmente Mendelson, Einstein e Heisenger apresentaram explicações lógicas que eu aceitei, eu "depositei fé". Essa constatação demonstra como a fé é uma necessidade, temos que ter fé no autor do livro que estamos lendo, nas nossas fontes de informação, nas pessoas com que nos relacionamos em todas as esferas, isso fora todas as outras questões espirituais e religiosas.

A fé é inerente a toda experiência humana. Fazemos coisas que acreditamos, sem saber como funcionam ou se funcionam corretamente. Para se ler sobre um filósofo, o I Ching, um texto sagrado, a coluna do Arnaldo Jabor ou ainda um blog escrito por qualquer idiota é necessário um ato de fé que parte do premissa que estamos lendo um texto com informações verdadeiras, escrito pelo autor citado e reproduzido com fidelidade.

Ou será que não... Acredite se quiser...